Citação

"A felicidade não lhe é proporcionada por ninguém.
Ela encontra-se somente no próprio esforço
Em revelar o tesouro das profundezas de sua vida, e
se poli-lo cuidadosamente,
Desenvolverá a coragem e a esperança,
Ao longo do caminho."

Pensamento budista - Referência: Sandro Ribeiro


segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sonhos


Foto:
http://www.mckellen.com/galleries/16.htm

Eu sonhei hoje com você, depois de quase 23 anos de ausência. Minha prima irmã imorrível. Tantos anos e hoje consegui te abraçar. E querida, você me contou de como foi que recebeu a passagem. Aí te contei da minha saudade, e você do que ficou sabendo da gente. Aí abracei você, forte! Quando dei por mim estava na minha cama. Não sabia se fora um sonho, ou se estar aqui era um sonho. Bonita!

Uma mestra egípcia ensinou-me que o sonho é sempre lembrança do passado. O restante é percepção extra sensorial. Jung, que pesquisou caminhos místicos*,ensinou o sonho que é uma advertência ou melhor, uma inspiração.
A partir daí fiz estudos qualitativos de sonhos de pessoas que atendi. Cheguei a conclusão de que existem sonhos de inspiração, que surgem em momentos que o mundo nos solicita uma ação, e que o inconsciente permite que venha a tona uma questão profunda existencial. Assim 3 aspectos necessitam serem avaliados: O momento de vida da pessoa, a questão existencial, e o que aprendemos com o sonho em si.
Alguns sonhos chegam acompanhados de material arquetípico, ou sejam, aqueles símbolos de sabedoria que fazem parte do inconsciente coletivo. Neste caso há que pesquisar o significado ritualístico do símbolo, e sua relação com a a questão que o sonho nos apresenta.

Da Wikipédia:
Arquétipo, na psicologia analítica, significa a forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. C.G.Jung usou o termo para se referir aos modelos inatos que servem de matriz para o desenvolvimento da psique.
Eles são as tendências estruturais invisíveis dos símbolos. Os arquétipos criam imagens ou visões que correspondem a alguns aspectos da situação consciente. Jung deduz que as "imagens primordiais", um outro nome para arquétipos, se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Eles se encontram isolados uns dos outros, embora possam se interpenetrar e se misturar.


No sonho acima, o símbolo que aparece é o ritual da morte, um ritual de passagem. Isto mostra que o sonhador está em um momento de passagem,aludindo a mudança. Sendo o assunto a morte, é mais que uma mudança, é uma mudança em todos os sentidos que se chama transformação. Nestes momentos de retomada do sentido da vida, a pessoa sente necessidade de aconchego. A prima dá este suporte, e facilita o entendimento de que em cada mundo existe uma realidade, e a gente se acostuma a nova realidade,achando isto natural (baseado no relato do sonhador, sobre o que ouviu no sonho. O que é necessário rever no mundo psíquico desta pessoa? Trabalhar seus afetos atuais a fim de que ela se sinta acompanhada; trabalhar a permissão interna de mudar crenças, valores,sentimentos (dada pelas palavras da prima); buscar a convivência de gente flexível e responsiva a mudanças; buscar nos familiares e lembranças a força necessária para ir em frente.

* JUNG, C.G., livro Memória, Sonhos e Reflexões

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