Citação

"A felicidade não lhe é proporcionada por ninguém.
Ela encontra-se somente no próprio esforço
Em revelar o tesouro das profundezas de sua vida, e
se poli-lo cuidadosamente,
Desenvolverá a coragem e a esperança,
Ao longo do caminho."

Pensamento budista - Referência: Sandro Ribeiro


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Informação da filosofia espiritualista sobre cancer

 Elemental virulento no perispírito:             
Repetimos: a recidiva cancerosa só ocorre quando ainda continua a circular o elemental virulento no perispírito do operado e...(Ramatis)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Minha cantiga de ninar




Se esta rua se esta rua fosse minha
Eu mandava eu mandava ladrilhar
com pedrinhas com pedrinhas de brilhantes
que é pro meu, que é pro meu amor passar...
Se e teu, se é teu meu coração
é porque tu roubaste o meu também
Se roubei, se roubei teu coração
é porque é porque te quero bem.

Se [Música de Heitor Villa - Lobos]

Noemi nasceu em 25 de setembro de 1929. Faleceu em 12 de novembro de 1953. Alegre, inteligente, meiga, engraçada, amorosa. Faria hoje 83 anos e teria um monte de filhos, seria avó, tia e tataravó - ela queria povoar o mundo. Teria visto televisão, teria viajado com a gente, teria tomado coca cola, estaríamos conversando sobre nossos queridos e queridas, estaria apagando velinhas. Com certeza eu não faria parte de tantas redes, e nem estaria sozinha hoje.
Ela provavelmente está lá ou cá, junto ou não do meu irmãozinho que foi com ela, naquela noite do dia 12.
Sei que é lembrada e está com os nossos que também lá estão, e onde nos encontraremos.
Este vídeo fala da nossa cantiga de ninar, e mostra a separação e o reencontro de seres que se amam.
A mulher pode ser eu, você, alguém.
Todos temos alguém a nos espera no céu.

Então mamãe, eu ladrilho as ruas do céu para você minha linda, 'deusa da nossa rua'.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cromossomos felizes

A vida tem seus pontos altos, nunca baixos. Não é uma linha reta. Aliás, as retas são entediantes, fora do contexto profissional. E por que não tem pontos baixos? Hum... verei como explicar... É tanta desgraça que acontece com a gente, e vem alguém bom que diz inevitavelmente: 'Isto traz experiencia'... 'é no sofrimento que se aprende'...'há males que veem para o bem'... e por aí vai. E aí aquela que perdeu fica se sentindo só. 'Pô, ninguém me entende, Meo?'  Cada evento marcante faz uma marca na tua vida. A marca é a mesma, seja ferida, seja carícia. Ficamos tristes, raivosos, ressentidos, alegres... desesperados de dor muitas pessoas querem enterrar a cabeça num buraco, e virar avestruz, ou trabalhar demais - cada qual do seu jeito. Será que alguém aqui se lembra do Pasquim, onde apareciam as tirinhas da 'Tânia, a da fossa?' (Não me lembro quem era o cartunista, acho que Henfil). Era um buraco,de onde saia uma mãozinha. Uma pessoa passava, falava com ela e ela agitava a mãozinha. Não saía do buraco, ou fossa.E todos a conheciam. (Desnecessário dizer:  todos os brasileiros com mais de 60 a conhecem). É a sensação do buraco escuro de onde não se sai por longo tempo*. Não quero banalizar a dor não. Muto pelo contrário quero gritar: ATENÇÃO, A DOR DA ALMA É TERRÍVEL! É um ponto alto, onde se experimenta um descaminho horroroso, e conforme foi cravado o punhal da perda - chega à revolta, sentimento de traição, falsidade. É, apunhalar pelas costas é coisa de ser humano. Deus não apunhala pelas costas, Louvado seja! Mas gente é diferente. Não sabe direito como fazer com o punhal,  não quer magoar o outro. Erra sem querer. Maldade não é. É muito difícil encontrar um ser humano psicopata, se você é inteligente e informado. Uma vez escrevi um poema sobre a nossa sensibilidade. Somos feitos de pelúcia, precisamos de carinho, de abraço, de paciência...e haja paciência...A vida não corre, é morosa para quem está sofrendo. Assim como para quem se aposenta. É bom que seja assim. Precisamos de tempo e descanso para refazimento e apaziguamento. A última vez que'levei uma'... comecei este blog e hoje posso dizer que a dor amainou, não cicatrizou não... ainda. E que bom, porque  quando estamos nos recuperando prestamos atenção a tudo que gostamos e precisamos. Por isto a 1a. frase da música linda acima. Como uma amiga me escreveu num bilhete (um período em que precisei muito): 'Querida NÔ, são tantas as cores e sabores...'

Essa tal maturidade

Neste blog as palavras em masculino independem de sexo e gênero, é somente uma questão gramatical. *   Tania, a da fossa foi também uma alegoria durante e ao tempo da ditadura. Nesta época o Pasquim era tido como subversivo.

sábado, 16 de junho de 2012

Nos anos 60 - sociais - arraial

'Depressa, menina, acorda, vamos colher as flores de São João'...



dizia meu pai, todo animado! Era o dia do Arraiá das Incaiádas!... 

Sim, eu me reunia com as turma de amigas do Clássico, para 'conchavar' Santo Antonio a nos trazer um namorado. Tinha um quê de brincadeira, mas havia momentos sérios também.O quintal era então adornado com as flores, minha mãe já tinha feito seus petiscos juninos. Havia um fogão a lenha muito pouco usado (já tinha fogão a gás, afinal estávamos em 1966...) . Do lado do fogão a Má colocava o altar de Santo Antonio, escultura esta emprestada da D. Anésia, que morava ao lado. Esta saudosa vizinha tinha duas filhas, uma já tinha se casado e a outra, um 'biscuit' mignon, uma graça de moça, vivia brigando com a estatueta, que por conta disto  vivia de cabeça para baixo na lata de café (uma simpatia antiga para cair em nas boas graças do Santo). Uma vez esta amiga, em meio a um desencontro amoroso, jogou o  Santo na rua!Lá foi sua mãe persignando-se e pedindo perdão ao Santo pelo desaforo da filha... Que história! Como morávamos num rua de localização estratégica, a casa dela era um 'point'. Lá as amigas que iam ao centro acabavam parando e ficando, a chorar suas mágoas, ou tecer seus sonhos. E os interessados nas amigas também. Tínhamos de 16 a 20 anos... 
Outra vizinha era noiva, compromisso já firmado com aliança de noivado e tudo. Era respeitada, pois já 'era noiva', e era a primeira a chegar. Animadíssima. Então as 6 horas da tarde chegavam as incaiádas, já rindo. Algumas traziam algo para a estatueta, uma flor ou vela, afinal tudo era preciso!Deste grupo participavam meninas de 2 ou 3 grupos: as Intocáveis ('cdf',  profundamente sonhadoras e esperançosas); as 'garotas do baile' que além de estudiosas já tinham começado a 'paquerar' e algumas amigas extra grupos. Éramos todas jovens e sociáveis, gostávamos de pertencer a pequenos grupos, e a comunidade como um todo. Gostaria de falar de cada uma em separado/longamente, foram e são tão significativas para mim.
Nesta reunião não entravam homens, só o Pá(meu pai) que ia espiar e meu priminho de 5 anos e se divertiam muito de olhar a gente. Havia brincadeiras, jogos de salão, desfile. As faixas eram do rolo de papel higiênico, umas mais brincalhonas pegavam roupas  e iniciava-se o desfile. Uma delas uma vez vestiu um dos roupões de banho e deu um toque especial. Depois do meio da festinha, havia a Benção de Santo Antonio. Organizava-se uma fila e uma a uma as meninas ajoelhavam frente ao Santo, e faziam sua reza. Esta hora era muito solene, e se alguma soltava um risinho eu já ia logo falando: 'Olha... não pode rir...'
Ao fim, havia um pequeno discurso que alguma delas fazia, hilário e dramático.
Depois de tudo, no dia seguinte, voltava o Santo Antonio de Pádua para a casa da vizinha. Mas as flores de São João ficavam uns dias,  a espalhar a lembrança desta festa gostosa.
Eu era feliz e sabia.

PS.: Sim, todas casaram, rs. Umas com gente, outras com a profissão, outras foram por outros caminhos, mas garanto, todas felizes.
O meu caso foi mais difícil, não era muito afeita. Só fiquei preparada depois que dei 7 voltas no túmulo do saudoso Visconde de Rio Claro, já aos 30 anos. Mas olha, se for fazer isto, não esqueça: não pode rir!

A este pessoal querido,
da

sábado, 28 de abril de 2012

Desejo e palavras


Eu nunca escrevi um livro. E sempre quis escrever. Tenho uma amiga, Ana Maria Parreira que escreve muito e bem. E também o Roberto Shinyashiki, que é conhecido até d+. Amores de pessoas... Mas não se escreve por simbiose, então cá estou com este desafio. Meu problema é que tenho muito para contar e em diversos pontos.  Ana me ensinou que se escolhe com o coração.
Quando eu tinha 15 anos escolhi um nome 'Arquitetos do Amanhecer'. Hoje, olhando para trás, acho que queria escrever o que fiz de lá para cá. Assunto desgastado então.
Tenho uma publicação  maravilhosa pronta, é só arrumar aqui e ali. Mas... esta palavrinha me deixa maluca.

Então um conselho: tem algumas palavras que precisam sair do vocabulário:

NÃO SEI - porque você sabe, e tem que pensar, preguiçosa(o).
MAS - transforme em E, senão você acaba com a possibilidade além de destruir o diálogo.
VOU TENTAR - elimine. Tem que FAZER, não TENTAR.


quinta-feira, 15 de março de 2012

Meu março

Gosto de março. Além dos aniversários, também é completo de energia, traz as águas que mexem com a gente. As experiencias de mudança de estação influem no nosso estado de espírito e disposição.Não vou colocar as 'águas de março' de Jobim, mas mudei os slides para as matas.Tenho vindo pouco aqui. As vezes eu me calo e fico vivendo. Tempo atribulado de perda familiar, cultural, e de grandes sucessos da medicina.
Semana passada soube que perdi um vizinho. Este moço sempre estava na frente da casa, carregando sobrinhos, cuidando da família, gente boa. Já o conhecia mesmo sem falar quase. Pois até hoje está difícil ir a padaria. Como pode uma pessoa fazer tanta falta para uma estranha? Quando a rua fica meio sem graça é porque morreu um anjo.