Por NÔ/99
(Aos que se foram e ficaram)
Estão todos encantados...
Nas brumas de Avalon, ou neste triste coração.
São tão queridos
Estes nosso mortos vivos.
Acorde depressa, amigo! Não chore nas sepulturas...
A não ser que você queira que nasça uma flor
desta dor tão doída – a farpa colorida
nascida de um convívio que o tempo deixou prá trás...
A saudade sempre vem, não num dia marcado, um tempo de Cronos.
Mas vem quando a gente sente ...naquela hora exata
Que algo ficou além. Que ficamos muito aquém.
Simbolizam nosso sonhos, que a gente quer enterrar?
Ou talvez seja a vontade de a todos segurar?
Não será melhor ver onde é que ficamos
E onde queremos chegar?
A morte é a forma não negada de aceitar o inevitável
Daquilo que não se muda, ou não se consegue mudar.
Este dia, tão pesado
Lição de sabedoria...
Seria tão simples parar com esta mania
De colocar nestas perdas as coisas não concluídas.
Saudade...do que?
Quem foi fica com a gente...
Mas será que estamos prontos para acolher esta idéia?
E chorar os nossos mortos como quem prepara uma festa
uma celebração inusitada da vida que se transforma ?
Morte e Vida, E vida e morte...
Transformação interna de cada um
Ausência externa de quem partiu...
Tudo é a mesma coisa debaixo do sol,
como está no Santo Livro...
E debaixo do céu de anil.
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